CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ

Sessão: 231.1.55.O Hora: 18:08 Fase: GE
Orador: LUIS CARLOS HEINZE, PP-RS Data: 19/08/2015

O SR. LUIS CARLOS HEINZE (Bloco/PP-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, dou como lido pronunciamento em que homenageio Apparicio Silva Rillo, poeta da minha terra, São Borja, que nesse final de semana, no programa Galpão Crioulo, da RBS TV, foi reverenciado. Na pessoa dos netos Lívia Batista, Marco Antônio e Apparicio Silva Rillo Neto, membros da Confraria Ventania, em São Borja, eu deixo meu reconhecimento a essa grande personalidade gaúcha e a toda a família Rillo.

Aproveito para registrar que hoje é o Dia Nacional da Aviação Agrícola, que presta importantes serviços à agricultura brasileira, com mais de 2 mil aviões. Boa parte do que é a agricultura no Brasil se deve à aviação agrícola.

Então, nas pessoas dos pilotos, dos donos e dos trabalhadores das empresas, quero cumprimentá-los pelo Dia Nacional da Aviação Agrícola e dar como lido este pronunciamento.

Obrigado.


PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, ocupo este espaço para prestar minha homenagem e registrar o 84° aniversário de um dos maiores poetas que o Rio Grande do Sul já teve. Refiro-me a Apparicio Silva Rillo, que, infelizmente, nos deixou aos 63 anos de idade, no dia 23 de junho de 1995.

Assim como eu, Apparício Silva Rillo adotou São Borja como sua terra.

Os versos do poeta passeiam pelos quatro cantos do Rio Grande.

Natural de Porto Alegre, Rilio nasceu no dia 8 de agosto de 1931, foi registrado em Guaíba, estudou em Novo Hamburgo, ljuí e Porto Alegre, onde se formou técnico em Contabilidade e mais tarde cursou Ciências Contábeis e Economia na PUC.

Em 10 de outubro de 1953, justamente no dia do Padroeiro de São Borja, São Francisco de Borja, aos 22 anos, foi morar em Nhu-Porã, Distrito daquele Município, para trabalhar como contador na propriedade dos irmãos Pozzueco.

Em 1954 casou-se com Suzy Maciel de Araújo, e da união nasceram as filhas Leliana, Clarissa, Cláudia e Synara.

Em 1959, escreveu seu primeiro livro de poesias, Cantigas do Tempo Velho. A partir desse, vieram mais de 40 obras, entre elas poesias, prosas, peças de teatro, novelas, teses, monografias, antologias, além de folclore e história.

Considerado um dos nomes mais importantes na cultura gaúcha, Rillo registrou grande parte da história de São Borja, criou festivais e CTGs, deixando sua marca no contexto cultural, artístico e histórico de São Borja e de todo o Rio Grande do Sul. Foi membro da Academia Rio-Grandense de Letras e da Academia da Estância da Poesia Crioula. Foi premiado em concursos de nível regional, nacional e até internacional - na Alemanha, com o conto Bicho Tutu.

Em 1962, fundou o grupo amador de arte Os Angüeras, o mais antigo em atividade no Rio Grande do Sul. Em 1979, junto à sede do grupo organizou o Museu Ergológico da Estância, que, na linha folclórica, é um dos únicos do Brasil.

Foi um dos maiores letristas da história da música do Rio Grande do Sul. Em 1971 escreveu Andarengo, com música de José Bicca, considerado seu irmão de arte. Essa foi a primeira música a subir ao palco da 1ª Califórnia da Canção Nativa de Uruguaiana, sabidamente o mais antigo festival nativista do Estado. Meses mais tarde, idealizou o Festival da Barranca que se firma como um dos maiores festivais da música gaúcha, realizado às margens do Rio Uruguai, em São Borja.

Além disso, Rillo, que era dono de uma inteligência e sensibilidade privilegiadas, também é autor dos Hinos de São Borja, Cerro Largo e Santa Rosa.

Por fim, nas pessoas da neta Lívia Batista e dos netos Marco Antônio e Aparício Silva Rito Neto, membros da Confraria Ventania, em São Borja, deixo meu reconhecimento a essa grande personalidade gaúcha e meus cumprimentos a toda a família Rillo.

Muito obrigado.


Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, em 19 de agosto de 1947, numa iniciativa pioneira e ousada, o engenheiro agrônomo Leôncio Fontelies, então Chefe do Posto do Ministério da Agricultura em Pelotas, e o Comandante Clóvis Candiota, realizaram, de modo criativo, o primeiro voo agrícola do Brasil, debelando nuvens de gafanhotos que dizimavam as lavouras e pastagens da região sul do meu Estado do Rio Grande do Sul.

A data foi marcada como o Dia Nacional da Aviação Agrícola, instituído pelo Decreto n° 97.669, de 19 de abril de 1989. É o que celebramos no dia de hoje.

De lá para cá muito mudou no setor aeroagrícola. Não poderia ser diferente, pois o Brasil mudou, as tecnologias avançaram, as demandas da sociedade e da agropecuária criaram novas exigências tecnológicas e operacionais. Novas tecnologias de aplicação aérea, novos equipamentos eletrônicos embarcados, em especial o DGPS, novos aviões, nacionais e importados, de diferentes portes, humanizam a opéração aérea, elevam o nível de preservação do meio ambiente e tornam mais eficientes e seguras as operações.

A frota brasileira de mais de 2 mil aviões agrícolas é a segunda maior do mundo. Atuando principalmente nas lavouras de soja, arroz, milho, trigo, cana-de-açúcar, laranja e algodão, aplicando defensivos agrícolas, fertilizantes e outros produtos, semeando pastagens e, ainda, auxiliando no combate aos incêndios florestais, a aviação agrícola brasileira dá enorme contribuição ao meio rural, sendo fator importante para a sanidade de nossas lavouras e para o sucesso do pujante agronegócio de nosso País.

Ainda gostaria de ver a aviação agrícola colaborando em ações de saúde pública, combate à dengue, aplicando produtos que controlem a multiplicação dos mosquitos que a transmitem. Tal prática, não obstante seja utilizada em outros países e já tenham sido realizadas experiências bem sucedidas no Brasil, não foi acatada ainda pelo Ministério da Saúde.

É importante ressaltar que a operação aeroagrícola, que acompanho em detalhes há muitos anos, é, ao contrário do que muitos pensam, eficiente e segura para o meio ambiente. Atente-se para o fato de que a quantidade de agrotóxicos aplicada por hectare por avião é inferior àquela aplicada por meios terrestres. Ademais, não há danos à lavoura, por não haver compactação do solo nem danos físicos às plantas. Pode ser utilizada tão logo cessem as chuvas, ao contrário dos tratores, que correm riscos de atolamento.

E, mais importante, toda a operação é controlada, por agrônomos, técnicos agrícolas e pilotos com formação específica para a atividade. Quem a coordena, fomenta e fiscaliza, em nível federal, são Ministério da Agricultura e ANAC, dentro de suas respectivas competências. Trata-se de uma das mais regulamentadas e fiscalizadas atividades de prestação de serviço no campo, reguladas por lei específica.

Ao finalizar, pontuando que entendo essa atividade como de suma importância para o agronegócio brasileiro, registro meus efusivos cumprimentos aos competentes profissionais que atuam nesse setor e tanta contribuição dão ao agricultor brasileiro. Parabenizo o SINDAG - Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola, que congrega empresas organizadas especificamente para a execução desta atividade.

Que este dia 19 de agosto marque mais uma vez a integração entre esse eficiente setor prestador de serviços e o agronegócio brasileiro, responsável por tão bons resultados para o desenvolvimento econômico e social do País.

Muito obrigado.