CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ

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Sessão: 171.2.54.O Hora: 14:18 Fase: PE
Orador: MARCUS PESTANA, PSDB-MG Data: 20/06/2012

O SR. MARCUS PESTANA (PSDB-MG. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero registrar a realização, no próximo dia 29, sexta-feira da próxima semana, da 4ª Assembleia Regional da Zona da Mata mineira, para discutir a agenda de desenvolvimento regional.

Já fizemos três encontros, temos um documento estratégico e estaremos dando um balanço na questão do Aeroporto Regional de Goianá, na questão da rede de urgência e emergência na saúde e também do Parque Científico Tecnológico Regional.

Então, convoco, através do Programa A Voz do Brasil e da TV Câmara, todos os Vereadores, todos os Prefeitos e todas as lideranças empresariais da sociedade civil para que estejam presentes na próxima sexta-feira, dia 29, no auditório da Federação das Indústrias regional, para a 4ª Assembleia Regional da Zona da Mata.

Quero deixar registrado artigo de minha autoria, intitulado O Brasil sob Dilma e o PT: uma análise da conjuntura.


ARTIGO A QUE SE REFERE O ORADOR

O Brasil sob Dilma e o PT: uma análise da conjuntura, publicado no jornal O Tempo, de 18 de junho de 2012.

Dia 4 de junho, segunda-feira, subi à tribuna da Câmara dos Deputados para compartilhar com alguns poucos Deputados presentes e através da Rádio Câmara e da TV Câmara a visão que tenho sobre o momento vivido pelo Brasil. Somos cobrados pela imprensa, nas redes sociais, no meio político, em relação a uma suposta ausência e omissão das oposições. No Congresso existe uma combativa e qualificada oposição, mas quase ninguém fica sabendo.

Registrei que, em 2011, tivemos o menor crescimento econômico da América do Sul, o antepenúltimo da América Latina, muito inferior aos BRICS. Afirmei que algo vai mal e a retórica governamental não consegue mais esconder isso. Os investimentos estão despencando, o consumo cresce moderadamente, o crédito perde fôlego.

Afirmei que o Governo do PT não tem coragem e convicção para ampliar as parcerias com o setor privado. O PT privatiza pouco, mal e de forma envergonhada. Destrói a capacidade das agências regulatórias e deixa nebuloso o ambiente regulatório. Perde investimentos.

Ao invés de avançarmos rumo ao século XXI, apontamos para um retorno ao modelo primário exportador do Brasil pré-1930. Demonstrei que as medidas tópicas não estão surtindo efeito. O Governo Dilma revela baixíssima vontade e capacidade reformista. Falta liderança.

Depois de reconhecer mudanças positivas de Dilma em relação a Lula, como o reconhecimento do legado de FHC, a moderação na retórica cotidiana, a maior observância da liturgia do cargo, registrei minhas preocupações políticas.

Nunca houve uma hegemonia tão grande no Congresso Nacional, com as oposições circunscritas a menos de 20% dos votos. O PT transformou o presidencialismo de coalizão em verdadeiro presidencialismo de cooptação. Verbas orçamentárias e cargos agem para a formação de uma maioria flácida e sem identidade programática.

Apontei que sentimos a ressurreição da velha vocação autoritária da esquerda. Destaca-se neste plano a desastrosa atuação do ex-Presidente Lula, que sem nenhum respeito à liturgia do cargo, achando-se acima das leis, da Constituição e das instituições democráticas, procura destruir reputações, aniquilar adversários, instrumentalizar a CPMI do Cachoeira, reabilitar companheiros como Erenice Guerra, achincalhar a legislação eleitoral num comício eletrônico recente em famoso programa de televisão.

O desequilíbrio no jogo político fica evidente na prestação de contas dos partidos em 2011. O PT arrecadou de doações privadas R$ 50,7 milhões, dez vezes mais do que PMDB e PSDB somados. Isto é justo, ético, normal?

As oposições e o PSDB consolidarão cada vez mais o seu papel. A história nunca é definitiva e não permitiremos o crescimento de uma cultura política de "partido único".

Estaremos prontos para defender nossos princípios e nossos valores alimentados pela memória dos grandes timoneiros da redemocratização: Ulysses Guimarães, Tancredo Neves, Franco Montoro e Mário Covas.